Os Processos Operativos em fusões empresariais (M&A)
A integração dos processos operativos em fusões empresariais é um grande desafio para qualquer negócio de M&A. Uma avaliação cuidadosa desses processos pode ajudar a identificar processos críticos com assuntos sensíveis sobre projetos, produtos e serviços cruciais, que podem ter um grande impacto na eficiência operativa das empresas. Dentro de essas áreas críticas identificadas, devem ser cuidadosamente analisados os processos operativos de cada empresa para verificar a existência de complementariedade funcional ou devem ser concebidos processos que permitam uma integração ágil e clara, para garantir uma eficácia operativa futura.
Existe sempre o risco de que a necessidade de acelerar a fusão das empresas, transfira para o nível de considerações posteriores o que deveriam ser prioridades, como a integração das operações e as ações necessárias para evitar a perda de conhecimentos operacionais críticos também relacionados com o capital humano.
Estes riscos importantes podem ser minimizados tomando em consideração o seguinte:
Um dos grandes erros que muitas empresas cometem é tratar a integração dos sistemas de informação como um projeto puro de TI, em vez de a tratarem como um projeto integrado nos processos críticos do negócio.
No entanto, o departamento de IT deve ser envolvido desde o início, desde a fase de “due diligence” que é uma parte crítica do processo de avaliação e tomada de decisão. Os sistemas de informação da empresa-alvo são ativos fundamentais que podem ajudar a prever se a aquisição será um sucesso ou não, assim como ajudar a determinar o preço final de aquisição.
Os especialistas de IT que assessoram a operação de M&A devem ter suficiente experiência para compreender a complexidade de integrar os sistemas díspares de duas empresas diferentes, o que também inclui as implicações dos processos operativos na integração empresarial.
Não é suficiente verificar a “saúde” do CRM, dos sistemas de RH e ERP, das redes de comunicações e da infraestrutura de hardware. Embora o objetivo principal dos assessores de IT seja evitar surpresas desagradáveis de processo dispendiosos e demorados quando finalmente chega a integração dos sistemas, é também fundamental alinhar as prioridades de IT com os Objetivos de Negócio da operação de M&A.
As fusões e aquisições acontecem por diversas razões empresariais específicas. Independentemente de cada cenário, existem também vantagens específicas que se pretendem alcançar em cada caso. Por exemplo, se queremos expandir-nos para um novo mercado, todos os processos de negócio direcionados à satisfação dos clientes da empresa-alvo têm um valor crítico muito importante e devem ser analisados em pormenor. Tomando outro exemplo, se o âmbito da fusão está numa indústria regulada, como os serviços financeiros ou asseguradores, a eficiência dos processos destinados a garantir a “compliance“ deve ser entendida como um valor fundamental.
A prioridade da integração de IT deve ser alcançar esses valores o mais rapidamente possível. Se a expansão do mercado é o objetivo, a prioridade do departamento de IT deve ser a de proporcionar o melhor suporte aos processos de negócio críticos, agilizando a integração com o CRM da empresa adquirida. Do mesmo modo, se a aquisição envolver uma indústria fortemente regulada, o suporte aos processos que garantem o cumprimento deve ser a sua primeira prioridade. Em suma, são as prioridades do negócio as que devem orientar a concentração de energias na integração dos sistemas de IT críticos que suportam os processos operativos com maior valor potencial, em cada fusão de empresas.
Embora a integração de IT e a combinação dos processos de negócio das empresas em fusão coloquem desafios importantes, também proporcionam uma grande oportunidade para introduzir melhorias. Com um plano adequado, a nova organização resultante da fusão, pode eliminar ineficiências, como redundâncias ou gargalos, reduzir custos e extrair um valor significativo desta operação combinada.
É fundamental manter esta focagem e não cair na armadilha de abordar a análise, modelagem e documentão dos principais processos operativos no nível das considerações posteriores à fusão. Como as empresas têm diferentes maneiras de operar nos negócios, devem investir o tempo necessário para descobrir e entender os processos operativos de cada uma. O seguinte passo é identificar as melhores práticas e estabelecer processos standard para a fusão resultante.
A descoberta colaborativa dos processos de negócio, que pode ser agilizada pelas ferramentas de Process Mining, assim como a sua análise, documentação e a criação de um repositório partilhado dos processos “descobertos” pode ajudar a visualizar claramente o que esperar após a fusão. Então, pode ser traçado um plano mais concreto e seguro, para garantir uma integração de IT e uma implementação mais rápida e eficaz, com o mínimo de perturbação nas operações empresariais.